Sim, Eloá.

Eu fiquei chocada.

Eu uma das que ficou na frente da TV torcendo pra que ficasse tudo bem com as duas garotas. Naiara e Eloá. Acho que todo mundo meio que já é intimo das duas, sem nunca tê-las visto.

Torci pra ficar tudo bem, porque eu já tive 15 anos e foi só depois dos 15 que eu conheci a minha vida. Ela era linda. Tinha tudo pra ser feliz, ou infeliz. Sei lá. Mas isso foi interrompido da forma mais ridícula pelo motivo mais banal... por quê e pra quê?!

Eu fui uma das que ficou profundamente triste quando ouviu no plantão que Eloá tava em estado grave. E fiquei realmente abalada quando ouvi que já havia sido confirmada a morte cerebral.

Como disse Alexandre Garcia uma vez: “Alguns dizem que agora chegamos ao fundo do poço. Engano. O fundo do poço já está muito acima de nós: já banalizamos a morte e o horror. Fomos alem do fundo do poço...”

Não. Juro que não dá pra entender nem aceitar. Até dez dias atrás eu nem sabia que era possível alguém ter um nome como Eloá (estranho né?!), e hoje eu me ponho no lugar da família e dos amigos dessa menina.

Me coloco no lugar da Naiara. Se fosse eu faria o mesmo por uma das minhas amigas, eu teimaria, e voltaria sim. Talvez Eloá tivesse morrido antes, ou sido estrupada, ou apanhado... sabe-se lá o que poderia acontecer com ela sozinha lá com aquele doido! Eu teria voltado.

Juro que se eu pudesse colocaria a mãe dessa menina no colo e mentiria dizendo que tudo vai ficar bem. Me partiu o coração quando vi a imagem dela na janela pedindo pra mãe ter calma. Me partiu o coração o depoimento da Naiara quando ela saiu pela primeira vez.

Eu sou completamente a favor do faça da sua vida o que bem entender. Se quer morrer, morra, mas pega a porcaria na arma estoura seus miolos e não me faça sujeira. Acabou. Seria muito mais honroso e menos covarde. E daria menos trabalho.









Lamento. Lamento com todas as minhas forças.




P.s.: Não quero nem imaginar o que acontece onde as câmeras de TV não alcançam!